Mesmo não tendo passado pelo hype do Cyberpunk 2077 ao longo dos últimos anos (de modo geral fiquei afastado de jogos AAA nos últimos 6-7 anos, desde o final de geração do PS3 e só voltei a jogar no final da geração do PS4) e considerando a ‘fama’ atribuída à CD Projekt Red (não joguei nenhum dos The Witcher) optei comprar o jogo no lançamento. Como comprei mídia física (steelbook e, por isso, não pretendo devolver), não recebi o jogo até o dia 14 de dezembro (longe disso ser um problema, estava jogando Assassin’s Creed: Valhalla – que é muito bom, diga-se de passagem) e, com isso, comecei a jogar já com o patch 1.04 e no PS5.
Desde o início minha impressão foi que o jogo realmente estava bugado (objetos flutuando, NPC’s que ‘surge’ e ‘somem’ do nada, problemas graves de renderização, entre outros). Apesar dos crash’s constantes (minha impressão inicial era que o jogo fechada após cerca de 2 horas, mas, na verdade a média era entre 1h e 1h30 – dados via tempo de uso no PS-Timetracker) e considerando que eu estava envolvido em alguns trabalhos de fim de ano, meu tempo jogando estava inconstante e eu seguia jogando apenas algumas horas por dia. Somente após o dia 17 é que tive condições efetivamente de ‘tentar’ dedicar ao jogo e, na noite de 18 de dezembro, liberaram o patch 1.05.
O jogo é divertido, parece ter uma história interessante (tem uma similaridade fortíssima com Neuromancer do William Gibson, mas seria até difícil fugirem muito disso), possui um potencial interessante no processo de upgrade de personagem, armas e acessórios/roupas, mas não seguirei jogando até o jogo estar, efetivamente jogável e é altamente improvável que eu retorne a ele este ano.
Para alguns pode parecer estranha a ideia de que o jogo seja divertido e ‘injogável’, mas a ideia básica que está por trás disso é que quando o jogo está ‘funcionando de verdade’ ele é legal, mas o problemas maior e mais gritante são os crash’s constantes. Você está dando uma volta na cidade de moto, indo para uma missão, e, do nada, o jogo fecha… Você está organizando o inventário, comprando e vendendo itens em uma loja, realizando os upgrades necessários em alguns equipamentos (fucking 15 minutos fazendo isso e se preparando para a próxima missão), o jogo fecha e você perde tudo aquilo que você fez… a primeira vez que acontece até dá para relevar, mas depois disso, não dá mais…
Fora os problemas grotescos renderização de gráficos e texturas, que me fizeram lembrar dos jogos de PS3 (início de geração) – e que tem a pior performance quando você está dentro do carro como passageiro, tanto com o patch 1.04 quanto com o 1.05. A jogabilidade é no máximo aceitável, depois de jogos como GTA V, RDR 2, TLOU 2, Uncharted 4, Valhalla (a inclusão de jogos de mundo aberto e ‘lineares’ é proposital), isso para ficar só com alguns títulos antigos e novos, algumas coisas acabam gerando um grande estranhamento… volto a dizer alguns pontos da jogabilidade nos fazem lembrar o início/meio da geração do PS3!
E se não bastasse tudo isso, ainda temos as notícias mais recentes (vi as primeiras postagens sobre isso, na mídia especializada internacional, entre os dias 19 e 20 de dezembro) sobre os casos de save’s corrompidos! Esses casos parecem afetar todas as plataformas e afetam tanto jogadores que usaram o glitch de multiplicação de itens e quanto quem não utilizou (nesse último caso são pessoas com quase 90h de jogo!, o que é pior ainda…) e está associado a ter muitos itens no inventário.
Considerando isso, que não é pouco, acabei optando por deixar o jogo de lado até ele tornar-se efetivamente jogável… provavelmente o fim do ano será com as jujubas e com os vikings!
P.S.: fico imaginando que esse jogo tivesse sido lançado a tempo de concorrer ao The Game Awards e tivesse sido eleito o ‘The Game of The Year’, no lugar de The Last of Us II, teria sido a desmoralização total da mídia especializada e da premiação (teria sido tipo o Obomber ganhando prêmio Nobel da Paz sem ter feito p***a nenhuma, só como uma ideia de carta de intenção)…